terça-feira, 19 de junho de 2012

Beterrabas e Afrodite :)

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A beterraba é uma raiz tuberosa originária da Europa e do norte de África. Como é uma raiz típica de climas temperados, a maior produção, aqui no Brasil, encontra-se nas regiões sudeste e sul.
Existem 3 tipos de beterraba: a beterraba açucareira que é usada para a produção de açúcar; a beterraba forrageira que é utilizada para a alimentação de animais; a beterraba vermelha cujas raízes são consumidas como hortaliça.
Segundo a lenda, Afrodite, era uma grande consumidora de beterraba dando-lhe todo o crédito para seus poderes românticos. Afrodite acreditava que a beterraba era afrodisíaca e que aumentava a sua beleza. Como é semelhante em forma e cor ao coração, se um casal dividir a mesma beterraba, ficará perdidamente apaixonado.
As mulheres russas utilizavam o pó da beterraba como maquiagem quando em busca de amor.
Mais uma amostra de como a alimentação está intrinsecamente ligada à Afrodite.
Abaixo segue uma receita de suco de beterraba, que pode ser feito com várias frutas ou só com a beterraba, bjoos e bençãos de Afrodite :*
Fonte: http://www.heavenskitchen.com.br/heavens-detalhesreceita-636.htm
Suco de beterraba



Ingredientes
1 Beterraba grande
3 limões
Outras frutas que você desejar* ( Exemplos: laranja, maracujá, tangerina, a escolha fica a seu critério.)
água pura e filtrada
Açúcar a gosto

Modo de fazer
 Pique a beterraba , esprema os limões , acrescente a água, as outras frutas que você desejar, coloque o açúcar e bata tudo no liquidificador, e enquanto você faz isso, peça a Afrodite que encha a sua vida e das pessoas que beberem este suco de amor, de harmonia e de beleza, agradecendo a Ela em seguida. Depois disso é só coar e beber o suco.

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Afrodite - A face negra do Amor

Afrodite – a face negra do amor.
 

Frequentemente, entre muitos outros, um erro tem sido cometido entre os neopagãos, talvez movidos pelo intenso pedantismo reinante ou pela misologia característica dos “novos-bruxos”, muitas divindades tem sido banalizadas e tidas como seres eternamente à disposição das vontades humanas. Infeliz engodo. Nessa ânsia de transformar de não reconhecer em certas divindades seus aspectos negativos, acabamos caindo no velho conto do cego que não deseja a visão. Afinal, é mais fácil fantasiar e decorar o mundo como um eterno mar de rosas e viver boiando sobre ele. Uma deusa que, invariavelmente tem sido alvo de tais praticas é Afrodite, umas das mais antigas divindades da arcaica religiosidade helênica. Como divindade assaz primitiva, mesmo após sua entrada no Olimpo, Afrodite permaneceu distante dos demais deuses, como Hécate ela era cultuada em diversas partes do mundo antigo, chegando até mesmo à costa norte da África onde há indícios de seu culto e lendas seus amores na região. Como Hécate, por demais inserida no cotidiano dos povos helênicos, Afrodite não apenas uma olimpiana, mas uma presença constante na vida de todos os gregos arcaicos, como é ainda hoje para os reconstrucionistas da religiosidade grega. Como deusa do amor, Afrodite não possuía em si apenas os aspectos judaico-cristãos de afetividade tola que temos inserido em nossa sociedade. Era a deusa do amor, do sexo e dos prazeres da carne, entretanto, possuía faces de
um amor celestial, divino, por demais elevado aos nossos conceitos, o amor
platônico como conhecemos hoje é regido também por essa deusa, sob o nome de Afrodite Urânia.
Em seu aspecto de sedutora Afrodite incorporava o nome de Afrodite Pandemo, “comum”, e essa sua face, tão pouco desconhecida para os povos contemporâneos, era a mais respeitada entre os gregos. Em alguns mitos ela aparece como Grande Mãe, principalmente na Ásia Menor, onde era tida também como Afrodito, recebendo barbas e transformando-se em uma divindade andrógina. Algumas lendas referem-se à ela como amante de Zeus, o Pai. Atualmente há uma pratica comum entre nossos escritores, principalmente os religiosos e não históricos, em dar destaque somente à face boa e ‘cristã’ de Afrodite, talvez por que certos conceitos ainda estejam por demais inseridos em
nossa mentalidade para serem claramente expostos. Nosso objetivo aqui não agradar aos olhos dos leitores, é tornar claro que Afrodite não era para os gregos uma divindade piedosa e caridosa, como muitos gostariam que o fosse, ao contrário, em sua face negra Afrodite se mostra como a mãe destrutiva, a deusa que dá a vida e a recolhe, sem utilizar critérios de pecado ou piedade, bondade tola para sermos mais exatos. Ligada às deusas orientais Ishtar e Astarte, Afrodite regia suas sacerdotisas nas antigas praticas da prostituição sagrada, como assim o fazia Ishtar. As sacerdotisas de Ishtar eram escolhidas em tenra idade, iam para os templos demasiado jovens, após receberem o primeiro sangramento. Lá se deitavam com viajantes e todos aqueles que ali parassem e pagassem à deusa pelos prazeres da carne. Afrodite, como nos atestam variados indícios, também era simpática a tal prática. Talvez nossas pseudo-sacerdotisas dos movimentos neopagãos se interessem por esse lado ao se dizerem filhas dessa divindade. Astarde, à semelhança de Afrodite possuía também seu consorte divino, Tamuz. Tamuz e Adônis, amantes das duas deusas, padeceram do mesmo mal, o
excesso de amor que as duas divindades lhes dedicavam. Eis a face negra do amor divino. Essa história se assemelha muito ao mito da Roda do Ano dos wiccanos de hoje, mas faremos tal analogia em uma próxima oportunidade. Afrodite, como deusa negra, recebeu entre os gregos o nome de Afrodite Zeríntia, sob o qual regia os espíritos e os mortos. Na Trácia recebia sob essa forma
sacrifícios de cães em seus oráculos. Aconselhamos assim certos indivíduos a sacrificarem seus cãezinhos à deusa do amor, ora ela é apenas regente do amor, e o amor não mata. Na península Ática seu nome Zerintia muda para Genítilis, onde também recebia sacrifícios de diversos animais, entre eles os cães, que também eram sacrificados à Hécate. Tais sacrifícios eram realizados
principalmente em oráculos, os cães como seres andantes eram tidos pelos gregos como eternos conhecedores das estradas, eram sacrificados para auxiliar em decisões de novos rumos e caminhos a serem tomados. Vale lembrar que Hécate regia os caminhos, e freqüentemente era representada tendo um cão ao seu lado, algumas vezes Cérbero, o cão de três cabeças que guardava, como se sabe, o caminho para o Tártaro, o reino dos mortos. A deusa apareceu também sob os nomes de Melena e Melênis, “a negra” e “a escura”, respectivamente. Sob o nome de Zerintia, Afrodite surge novamente como deusa negra, sob essa forma os gregos à consideravam “a mais velha das Moiras”. As Erínias, deusas da vingança e que levam a morte lenta aos infratores das leis divinas eram filhas de Urano, como Afrodite. Nessa versão de Hesíodo, enquanto Afrodite nascera do sêmen de Urano
fertilizando o mar, as Erínias e outras deusas negras surgiram do sangue de Urano, quando este tocou o mar. Essas irmãs as Erínias, possuíam como Afrodite duas faces, eram também as Eumênides, “as benevolentes”. Já falamos da ligação de Afrodite com Hécate pelo cão, o que falta ainda sobre esse tópico é que a chegada das Erínias, era sempre ouvida por um forte ladrado de cães, assim Ésquilo nos afirmou. O nome Erínia em seu significado original é “espírito de
cólera e vingança” e em alguns autores são citadas como Erini, forma única dessas divindades. Karl Kerényi nos afirma que Afrodite não era apenas uma das Erínias, e sim Erini, a mais poderosa delas. Em um trecho da tragédia ‘Hipólito’, do autor grego Eurípides, encontramos a seguinte narração:
“AFRODITE Tão grande e famoso é o meu nome entre os mortais como no céu: sou a deusa Cípris. Mas hoje ainda, devido às faltas contra mim cometidas, punirei Hipólito. De acordo com os meus desejos, Fedra, nobre esposa de seu pai, ao vê-lo, no coração foi ferida por violento amor.”
As Erínias eram os espíritos da vingança, e nessa obra antiga Afrodite surge exatamente como vingadora. Hipólito, por despreza-la e adorar Ártemis, sofrerá as conseqüências de não reconhecer em Afrodite as qualidades por ela possuídas. Eis sem mascara a deusa do amor dos jovens apaixonados, quanta ternura! Afrodite era conhecida por outros nomes, em sua maioria ligando-a à morte, e a destruição. Devido à imensa maioria dos nomes e das faces negras de Afrodite,
vemos que era cultuada mais como uma deusa negra do que como deusa do tolo amor cristianizado. Foi chamada de Afrodite Andrófono, “a matadora de homens (o mito mais conhecida de uma vingança das Erínias fala sobre sua perseguição à Orestes) Afrodite igualmente pune Hipólito. Afrodite Anósia, como “a pecadora”, nome sob o qual eram erigidos os raros templos de prostituição sagrada existente na Grécia. Como Senhora da Morte era Timborico, “a cavadora de túmulos”. Aspecto sob o qual se fazem presentes suas qualidades pouco atraentes. Algumas histórias
contam sobre uma certa Afrodite Persefessa, o sobrenome deveras semelhante à Perséfone, esposa de Hades e rainha do Tártaro, sela assim sua presença como face negra do divino feminino grego. Como cavadora de túmulos Afrodite não é a deusa celestial que tanto aspiramos adorar. É, ao
contrário a senhora negra, o útero que devassa a vida dos homens, ao mesmo tempo que lhes levava prazeres, Afrodite destruía e matava. Fez Hipólito infeliz por ousar desacredita-la e certamente não coroará de rosas certos atos e praticas que tanto a banalizam, especialmente nos tempos atuais. Afrodite mostra-nos claramente as diversas faces de uma divindade, como deusa mãe, é não
apenas o doce útero que dá à luz, mas as garras que a tiram.