sábado, 6 de setembro de 2014

Afrodite - Arquétipo do Amor


Afrodite – O arquétipo do amor
Por Psicanalista Clínica com pós-graduação em Psicologia Analítica pela FACIS-RIBEHE, São Paulo. Especialista em Mitologia e Contos de Fada.


Afrodite é a deusa grega do amor, da beleza e da sexualidade. A mais bela e a mais irresistível de todas as deusas gregas.
De acordo com a Teogonia, de Hesíodo, ela nasceu quando Cronos cortou os órgãos genitais de Urano e arremessou-os no mar; da espuma surgida ergueu-se Afrodite. Conforme Junito Brandão (1986), Afrodite seria uma divindade obviamente importada do Oriente. Uma forma grega da deusa semítica da fecundidade e das águas fertilizantes, Astarté.                                       
O Nascimento de Vênus, de Sandro Boticeli, (1485)
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“Seu amante divino Adônis nos leva igualmente à Ásia, uma vez que Adônis é mera transposição do babilônico Tammuz, o favorito de Ishtar-Astarté, de que os Gregos modelaram sua Afrodite.”

Em outras fontes, como a Ilíada, Afrodite seria filha de Zeus e Dione, levando o título de Dionéia. Devido a essa dupla origem da deusa houve uma diferenciação da mesma, estabelecendo dois títulos a ela. A Afrodite Urânia e Pandêmia. Essa seria a inspiradora dos amores comuns, vulgares, carnais, ou seja, dos desejos incontroláveis, e a Urânia, a inspiradora de um amor etéreo, superior, imaterial, através do qual se atinge o amor supremo.
Afrodite era a deusa responsável por levar deuses e mortais a se apaixonarem. Sendo essas paixões destrutivas ou criadoras de nova vida. Tem paralelos com a Vênus romana, a Oxum africana, a egípcia Isis e a acadiana Ishtar.

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Vênus de Willendorf, entre 24.000 e 20.000 a.C.
Afrodite teve diversos amantes, tanto deuses como Ares, Dioniso e Hermes, quanto mortais como Anquises. Foi casada apenas uma vez, com o deus Hefesto, o qual ela traia com Ares, o deus da guerra. A deusa também foi de importância crucial para a lenda de Eros e Psique. E o estopim para o desencadeamento da guerra de Tróia. Foi descrita, em relatos posteriores, como amante de Adônis e também como sua mãe adotiva. Enéias, Hermafrodito e Priapo também são seus filhos.
Sendo uma deusa tipicamente oriental, nunca se encaixou bem no mito grego: parecia uma estranha no ninho! Por essa razão é tida como deusa alquímica, diferentemente das outras deusas que podem divididas em dois grupos: as virgens (Artemis, Atena e Héstia) e as vulneráveis (Hera, Deméter e Perséfone). Afrodite, então, é ao mesmo tempo vulnerável (devido ao fato de ter tido relacionamentos) e virgem (pois nunca se deixou ludibriar, nem dominar por ninguém, prezando sua autonomia), e também não é nenhuma delas.

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Alegoria da Primavera de Sandro Boticelli (1482).
Afrodite, sendo a menos grega dos olímpicos, era anteriormente um símbolo da Grande Mãe. Entretanto, devido a cristianização, foi substituída pela Virgem Maria, passando a figura da “mãe” a ter uma conotação destituída de carne e osso e de sexualidade. Trata-se, então, de um arquétipo difícil em uma sociedade patriarcal, pois Afrodite simboliza a mulher que escolhe com quem se relacionar, da mulher que conhece e aceita o seu desejo, sua sexualidade e que não se deixa dominar. É a mulher que aceita seu corpo como ele é, e se sente confortável com ele.
Infelizmente, em nossa sociedade atual esse aspecto de Afrodite está desvirtuado. As mulheres se encontram alienadas em relação a seu corpo. A mídia profana a beleza da mulher, impondo um ideal de beleza inacessível, onde as curvas tipicamente femininas são substituídas por corpos esqueléticos, mutilados por silicone e cirurgias plásticas.

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Vênus de Milo, autor desconhecido, possivelmente séc. II A.C.
Símbolo da intensidade dos relacionamentos, mas não necessariamente da permanência, Afrodite é o arquétipo do amor, da beleza, da atração erótica, da sensualidade, da sexualidade e da vida nova. É a “química” entre os amantes, o desejo irresistível e inexplicável.
Em Afrodite Pandêmia temos o amor carnal, o desejo sexual puro e simples. Visando a satisfação dos desejos e a procriação. Em Afrodite Urânia temos o amor que transforma. Simbolizando a importância das relações no sentido de processo criativo. Arquétipo da intimidade física não apenas no sentido sexual, representando uma necessidade psicológica e espiritual.
Arquétipo, portanto, da paixão por alguém ou algo, gerando um processo criativo na psique, do qual pode emergir algo novo. Amor desligado da beleza do corpo, mas da beleza da alma, levando a criação do legado que cada indivíduo irá deixar no mundo.

quinta-feira, 31 de julho de 2014

Afrodite Escotia

Pelos véus negros de Afrodite Escotia 

Nas ondas infinitas e escuras do mar, na espuma leve e tocada pelo céu, levanta-se escura Escotia, desperta em sua criação sombria, nascida do chamado das profundezas, invocada pela superfície do prazer. Agitadas as águas onde elas nasceu. 
Mãe conhecida por muitos nomes, seu mar te chama, o desejo dos corpos te saúda, as águas rítmicas cantam seu nome... Escotia! do amor nasce o ódio, o mesmo sentimento visto de distancias diferentes, coração que dói, lembrança que eterniza, e ela me vê, pois sou seu poder, sua força e seu medo, por mim Escotia se originou 
E assim o mundo brilhou, as sombras vieram e ela existiu.
Suas ondas tocavam a terra e sentia seu próprio corpo, o prazer era vibrante; sentindo prazer, desejou mais e mais. Assim as ondas se agitavam, a intensidade hipnotizava e em amor ela olhou para o lado e se viu refletida na luz do sol
Em orgasmo ela se amou, pode se ver distante e masculina, desejando o que viu se apaixonou, mas distante e intocável ela o odiou 
Do mar agitando a dor das lagrimas nasceram e dessas lagrimas ela uniu e criou as profundezas do oceanos para nunca mais esquecer quem era, escura Escotia que das lagrimas a negra e vazia profundeza existiu.
Turva e distante ela se foi, o silencio dançava seu êxtase da noite, a dança movia Escotia e o tempo a cortejava. A noite fértil tocou os céus, o mar mais uma vez tocou a terra e ela lembrou da dor de sentir, Escotia... Afrodite Escotia ... Era o som que produzia o mar.
Os gemidos e palavras de prazer perpetuaram o mundo, os sentimentos se tornavam gritos de solidão, ela procurou o primeiro amor e sentiu por suas veias salgadas o amor próprio. Estava completa.
O mar recuava, o som era silenciado, as ondas diminuíam e ela pisava na praia. Por onde ela passava, as marcas de seus pés traziam a morte, a busca pelo amor que se tornava ódio, sua pele branca como as estrelas encantavam toda a vida e ela reinava no inverno.
Com um gesto de poder as águas do oceano se ergueram, em seu grito de dor elas invadiam a terra, avançavam rumo a destruição, ao caos profundo e mais uma vez o silencio da terra acalmava seu coração.
Então ele veio e ela o negou, o renunciou por fúria e os ciclos foram iniciados...
Afrodite Escotia fala: 
Eu sou o medo da noite escura, o temor que afoga, eu sou eu poder de odiar.
Sou a mãe de tudo que é vivo em sentimento e eu te permito odiar, pois verdadeiramente é incompleto quem apenas ama, é mentira quem apenas deseja e não rejeita.
Sou o tempo que nunca chega.
O uivo de dor que cega.
O pranto que destrói.
Mas serei em você uma realidade, serei a mãe dos ciclos, a perfeição que completa, a mão que trás a vingança
Medo e poder podem ser uma coisa só?
Nas noites escuras chame meu nome, nos dias de lagrimas honre minha presença e de suas lagrimas farei um oceano profundo onde poderá olhar e ver seu verdadeiro amor.
Sou Afrodite, sou Escotia, sou a escura que existe em suas sombras.
Eu sou você.

Escrito por Trahen Cerridwen de Afrodite 

Afrodite: Uma força para os novos tempos

Situada na costa sudoeste da ilha de Chipre, a maior ilha do Mar Mediterrâneo, vamos encontrar a velha cidade de Paphos, hoje conhecida como Kauklia. De acordo com a transmissão mitológica grega, foi nestas redondezas que a bela Afrodite emergiu das espumas do mar, dando início a um culto que iria perdurar até os dias de hoje.

As paragens por onde caminhou a deusa sobre a terra se tornaram conhecidas como Geroskipou, uma palavra que significa Jardins Sagrados, formado pela junção de Geros=sagrado e Kipos=jardim. A conexão entre as práticas de seu culto e as belezas naturais da região se expressa em sua nomeação como ‘Afrodite nos Jardins’ (Kipis).

Nesta sua versão oriental, Afrodite era cultuada como propiciadora de toda fertilidade animal e vegetal e, sob este aspecto, uma deusa específica das mulheres. Como deusa do impulso sexual, está na origem do nascimento, do casamento e da vida familiar.

A região de Pafos, que abrange a parte mais a oeste da ilha, caracteriza-se pela beleza de suas rochas, pelo brilho de suas verdejantes campinas e pela tranquilidade de seu mar azul, justificando sua reputação como os Jardins de Afrodite.

Nestes jardins era realizado o festival anual de Aphrodisia, em honra à deusa. Ele marcava seu nascimento em abril, exatamente no período do renascimento da natureza, após o descanso invernal. No dia anterior ao festival, os devotos de todo o mundo antigo percorriam o caminho desde os Jardins até a cidade de Palepaphos (Paphos Antiga), onde ficava a famosa Igreja de Afrodite, seu centro de culto no Chipre.

Mas seu lugar de culto e seu altar em Paphos já estavam bem estabelecidos muito tempo antes que as primeiras estruturas fossem erguidas, no final da Idade do Bronze. Vestígios de assentamentos humanos na ilha de Chipre, provavelmente tribos oriundas da Anatólia, existem desde 10 mil aec, como comprovam poços localizados a oeste da ilha, considerados os mais antigos do mundo. O hino homérico a Afrodite lhe atribui a regência sobre todas as coisas vivas na terra, no ar e na água, sua influência se estendendo até sobre os deuses.

Em Paphos, a deusa era representada por uma pedra meteórica cônica, relíquia indicativa de sua origem como a antiga deusa fenícia da fertilidade que, assimilada pelos gregos conquistadores, tornou-se a deusa grega do amor e da beleza. Suas raízes como deusa da fertilidade, contudo, permencem no mito grego, que nos relata como, ao emergir das águas e apoiar seus pés sobre a terra, ela fez a vida e a beleza irromperem no mundo. Seu caráter como uma deusa da vegetação aparece claramente no culto e ritual de Adonis, derivado do culto a Átis, filho/amante/parceiro da grande deusa da Anatólia, conhecida pelo nome de Cibele.

Os mais famosos ritos de fertilidade, contudo, não se originaram na Grécia e sim nos países ribeirinhos da parte oriental do Mar Mediterrâneo. Foram os povos do Egito e da Ásia Ocidental que representaram o declínio e o ressurgimento da vida vegetal na figura do deus que anualmente morre para ser trazido à vida novamente pela grande deusa da vida e da morte. A deusa e seu filho/amante são conhecidos sob nomes diversos, como Isis e Osíris no Egito, Inanna e Dumuzi na Suméria, Ishtar e Tamuz na Babilônia, Cibele e Átis na Anatólia e, finalmente, Afrodite e Adonis na Grécia.

Assim como Afrodite Urania é a versão grega da Deusa da Montanha da Anatólia, Adonis é a versão grega de Átis, um deus da vegetação, que nasce e morre com as estações, estas representadas pelas Horas que, no mito grego, recepcionam Afrodite quando ela emerge do mar em Chipre.

Nas línguas semíticas, Adonis significa ‘Senhor’, título que os gregos, por um mal-entendido, adotaram como nome próprio para o deus.

Conta o mito grego que, um dia, a esposa do Rei de Chipre se vangloriou de que sua filha Smyrna era mais bela que a própria Afrodite. Diante do insulto, a deusa fez com que Smyrna se apaixonasse pelo próprio pai e o procurasse disfarçada e secretamente durante a noite. Grávida, ela é expulsa pelo pai que a persegue pelos campos. Para protegê-la, Afrodite a transforma em uma árvore de mirra que, ao ser partida ao meio pela espada paterna, liberta a criança Adonis. Afrodite então ocultou Adonis em uma arca, que confiou a Perséfone, a rainha dos mortos, para que a guardasse em um lugar escuro.

Curiosa, Perséfone abriu a arca e, ao se deparar com a bela criança, retirou Adonis e o criou em seu palácio, tornando-o seu amante. Ao se inteirar disto, a enciumada Afrodite requisitou Adonis para si. Para resolver o impasse, foi convocada uma corte divina que decidiu que ele ficaria um terço do ano com Perséfone, um terço do ano com Afrodite e um terço do ano ficaria por conta própria. Usando de sua magia, Afrodite conseguiu persuadi-lo de passar esse terço com ela.

Mas Perséfone foi ter com Ares para lhe contar que Afrodite agora preferia Adonis a ele que, então, se disfarçou de javali e matou Adonis diante de Afrodite. Do sangue de Adonis que penetrou na terra brotaram anêmonas, a primeira das flores a florescer na primavera. Pesarosa, Afrodite foi pedir a intervenção de Zeus, para que Adonis passasse com ela a metade ensolarada do ano, ou seja, o verão.

Vemos no mito de Adonis a eterna alternância entre verão e inverno, entre a vida e a morte da natureza e de todas as coisas vivas. É justamente esta alternância que põe em evidência a dualidade característica de toda criação humana. Se nos primórdios, esta ambivalência era inerente à figura da grande deusa, que corporificava ambos os aspectos, com a evolução da consciência humana, a totalidade da existência representada pela grande deusa foi desmembrada em suas partes constituintes.

Esse desmembramento certamente representou um processo evolutivo, caracterizado pela capacidade de discernimento da razão humana. Foi a emergência do princípio masculino, que se diferencia a partir da totalidade característica do princípio feminino primordial. Surge inicialmente como filho da grande deusa-mãe, para ela retornando sazonalmente, apenas para renascer no devido tempo. É a consciência da morte que põe a vida em perspectiva.

Como deusa da fertilidade, do amor e da beleza, Afrodite foi cultuada sem interrupção até o ano de 391 da era comum, quando o imperador romano Teodosio I proibiu as religiões pagãs. Sem os seus ritos e festivais, aos poucos seu poder e suas qualidades de fertilidade, amor e beleza foram desvirtuadas e banalizadas.

À medida que o princípio masculino foi se expandindo e assumindo o poder, o discernimento se tornou separação. E com ela surge a consciência do bem e do mal, expulsando-nos dos Jardins de Afrodite.

Afrodite representa o poder erótico, a força de atração que mantém o universo coeso. Na ausência de ritos que honram este poder divino, a beleza fundamental da própria vida foi gradualmente dessacralizada e, nas palavras de Rollo May, “a crescente banalização do amor na literatura e na arte, e o fato de o sexo ser, para muita gente, cada vez mais acessível e desprovido de significado, o ‘amor’ tornou-se progressivamente difícil, senão uma completa ilusão”. Como consequência, todos sofremos a falta de amor verdadeiro e nos tornamos incapazes de nos comprometer com ele e com o resto do mundo.

Esse processo de banalização das qualidades representadas pela deusa Afrodite é amplamente discutido pelo psicanalista Rollo May, em seu texto Eros e Repressão de 1969, e continua atual nos nossos dias tão tumultuados.

A força de atração representada por Afrodite não é um impulso da personalidade, mas emerge do fundamento do Ser e se apossa da pessoa em sua inteireza, como bem o sabemos quando nos apaixonamos verdadeiramente. Essencialmente criativa, essa força fundamental e arquetípica da experiência humana era concebida pelos antigos gregos como demoníaca, no sentido derivado do conceito de ‘daimon’ ou do latim ‘genii’. O demoníaco é nossa genialidade. É o impulso do Ser para se firmar, perpetuar e ampliar, nos libertando da dualidade e nos conectando com o divino em nós mesmos.

Mas, como qualquer força natural, pode ser destrutiva ou criativa, razão pela qual precisa ser orientada e canalizada para um objetivo, em vez de simplesmente ser reprimida até o ponto de apatia e indiferença para, com o tempo, explodir como violência. Quando lhe damos passagem livre, não levando em consideração as consequências de nossas ações na vida de outras pessoas, podemos causar muito dano. Mas quando a utilizamos com sabedoria para realizar nossos propósitos, seus efeitos construtivos se manifestarão em seu esplendor divino.

"Em sua justa proporção”, escreve May, “o demoníaco é o impulso para alcançar os outros, ampliar a vida por meio do sexo, criar, civilizar; é alegria e encantamento, ou a simples segurança de saber que somos importantes, que podemos afetar os outros, formá-los, exercer um poder significativo. É um modo de nos certificarmos de que nos dão valor.”

Reprimimos de tal forma essa força primordial, que nossos relacionamentos não passam de contatos rasos, baseados mais em aparências superficiais do que em algo profundo, aquilo que é demoníaco em cada um de nós. É preciso mergulhar nas profundezas da ambivalência, onde vida e morte estão presentes, para recuperarmos a força natural que nos conecta com a totalidade da vida. Precisamos acolher e direcionar o demoníaco em nós mesmos, para ele não se tornar algo que nos persegue e se apossa de nós.

Mais do que nunca, precisamos caminhar como Afrodite, para que cada passo que dermos desperte o amor, a paixão e a beleza da vida, de seu estado de apatia e superficialidade, fazendo a vida renascer em sua abundância. Assim criaremos Jardins de Afrodite onde quer que nos encontremos.

Retirado do Site: Monika Von Koss
Escrito por: Monika Von Koss

quarta-feira, 2 de abril de 2014

Sacerdócio a Deusa - Formas de Culto



As primeiras formas de sacerdócio a Deusa foram encontradas  em meandros do século IV a.C. Prostitutas sagradas, conhecidas como hierodulas ou hetairas realizam o serviço sagrado à Deusa por meio da união sexual com homens; pessoas que buscavam acolhimento e aconselhamento por meio dessas sacerdotisas. As hierodulas eram uma espécie de "psicólogas" da Deusa; escutavam aquelas que as procuravam, os aconselhavam, realizavam rituais por meio da magia sexual, para que a vida dos que as procuravam se tornasse melhor.
As hierodulas cobravam dos que as procuravam para a manutenção de templos dedicados a Afrodite, ademais, não recebiam pelo trabalho que realizavam, mas sim, mantinham os templos por meio de seus serviços.
Com o passar do tempo, a prostituição como forma de sacerdócio foi extinta, tanto pela religiosidade inquisidora cristã, tanto pela sociedade que atribuiu os valores da época ao serviço realizado por essas sacerdotisas, valores esses que consideravam este trabalho como sendo "pecaminoso e sujo".
Outras formas de sacerdócio a Deusa foram sendo encontradas na Grécia antiga, como o sacerdócio oracular, limpeza e cuidado dos templos, entre outras.
Atualmente podemos realizar o sacerdócio a Deusa de inúmeras formas, por meio de rituais, oferendas, cânticos e preces, por meio de magia sexual, dança do ventre, por meio de palestras e workshops que visem resgatar o sagrado feminino e o culto a Deusa.



Podemos dedicar e consagrar o trabalho que realizamos como forma de sacerdócio a Deusa; um exemplo disso podem ser as profissionais que lidem com a beleza; trabalhos que envolvam o curar das dores e feridas causadas pelo excesso de amor, entre inúmeros outros.
 Enfim é isso, creio que essas sejam as formas mais comuns de sacerdócio a Deusa.
Bençãos de Afrodite



terça-feira, 11 de março de 2014

Afrodite Libertas



Afrodite Libertas
Autor: Leo Fortius Dianus
"Eu sou a Deusa da Face Dourada que se ergue do mar a cada amanhecer. Sou a beleza prateada da Lua que visita as ondas e a dança das estrelas sobre as águas frias do Oceano.
Meu nome é Fascinação, e todos aqueles que conhecem meu olhar sabem que a ele nada pode resistir.
Sou a Deusa que destrói certezas e abala estruturas. Sou a Senhora da Verdade que canta na natureza humana. Aqueles que vem até mim com máscaras serão dilacerados. Aqueles que me buscam com medo serão perseguidos. Aqueles que endeusam migalhas de amor se tornarão escravos de sua própria pobreza de espírito. Sou o Tesão que persegue os castos e a Tentação que tortura os que fecham os olhos em exclusividade. Sou feita de todos os corpos do mundo e ofereço prazer além de qualquer limite; persigo aqueles que fogem de mim. Eu sou todas as formas de amar, as mais belas e as mais terríveis. Sou o amor que não pode ser explicado. Não sou Segurança, não sou Dependência; sou o Medo que você sente ao perder as ilusões sobre a natureza do Amor.
Por muitos nomes fui chamada, e muitos dizem me adorar, mas poucos são os que me abraçam verdadeiramente. Sou a Deusa que faz homens e mulheres se curvarem, caírem, sucumbirem. Em meu nome, muitas graças são rendidas, muitas velas são acesas, muitas oferendas são entregues. Mas tantos são os feridos, doentes e fracos perante meu poder! Sou Aquela que você passa a vida em busca, mas ao encontrar, foges amedrontado. Sou Aquela que você encontra ao fim do Desejo, não para terminar, mas para Desejar mais. Muitos correm de mim e tremem ao ouvir meu nome - para estes, sou Terror, Desolação e Pânico. Mas sou tudo isso apenas para os que resistem, aqueles que pensam poder controlar o fluir de minhas ondas.
Sou Arrebatamento. Sou onda furiosa do Mar que se ergue e te engole por completo. Sou maré que afoga, preenche, toma por inteiro. Mas só se perdem em minhas águas aqueles que não sabem se entregar verdadeiramente. 
Meu nome é Afrodite Libertas, a Senhora das Correntes. Sou bela, sou plena, sou muitas, assim como muitos são aos amores de meus filhos. Sou a Deusa que ensina a amar sem limites, sem barreiras e sem medo. Sou a Deusa do Amor que é Livre, que não depende do outro, que não precisa de amarras e vive sem prisões; pois esta é a natureza do Amor - simplesmente amar.
Sou Aquela que destrói os limites e mostra a imensidão das Ondas, mas que prende e escraviza os fracos e medrosos. Sou mar feito de saliva, lágrimas e suor, de sangue e esperma. Sou a fúria avassaladora da maré, que destrói tudo aquilo que se coloca em meu caminho. Sou êxtase e frenesi, a loucura e a ausência total de controle. Sou uivo selvagem na noite e o Orgasmo Cósmico que explode as estrelas. Sou o Amor que Engrandece e o Amor que Destrói. Sou aquilo que você quiser que eu seja, e para aqueles que vem a mim sem medo, concedo bênçãos de plenitude e poder. Você se entrega?"
Fonte: Tradição Diânica do Brasil

A Carga de Afrodite

Ouça minhas palavras, escute me, sou Afrodite Praxista, eu sou o sentimento e a sensação do orgasmo, a senhora do vinho que embala as noites dos apaixonados. 
Com você distribuo os mistérios pelo mundo e te convido a dançar a mais profunda dança do êxtase e do prazer, pois esses são meus caminhos, por estes que sou chamada, 
Eu sou aquela que vive em teus sonhos de prazer e desejo, sou a mão que arranha a carne e desperta o profundo suor, sou o que vê quando penetrada seus olhos fecha, sou a força do braço forte que te possui, integra, ama e enlouquece.
Sou a mãos nos cabelos que insiste em não parar. 
Pelo meu reino tudo que vive tem prazer, sou fonte única da inspiração de virilidade e ereção, pois meu toque seduz a alma, sou o pensamento do desejo ardente, a sede de vingança pelo ato sexual inacabado.
Se a noite for fria e calma e estiver em sua cama chame por mim que sorrateiramente me aproximo e te levo a sentir o toque de um corpo nu, sem pudor! Sem escrúpulos irá sentir ser mordida até nos mais íntimos lugares, e ao adormecer sou eu que estarei contigo. 
Que seja o segredo para quem ama, o gozo profundo na terra, que se navegue o corpo noutro mundo para que sinta o beijo mais profundo, Minha é a teia do ato com o membro turgescente e o ato se da Incontinência. 
Saiba que verdadeiramente os ritos que me pertencem são os atos sexuais e eu abençoarei a todos com o poder de sentir, eu sou a forja que transforma a feroz voz que vem de dentro, o que busca e o que segue. 
Sou a inocente menina que descobre seu íntimo, a brava mãe experiente do prazer, e a sabia velha que nunca perdeu o desejo e assim sou você e você sou eu, unidas pela existência de possuir a carne. 
O ato sexual é meu templo o orgasmo é seu direito! 

Fonte: Por Trahen Cerridwen de Afrodite

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Banho de Espuma - Rita Lee

Que tal nós dois
Numa banheira de espuma
El cuerpo caliente
Um dolce farniente
Sem culpa nenhuma...

Fazendo massagem
Relaxando a tensão
Em plena vagabundagem
Com toda disposição
Falando muita bobagem
Esfregando com água e sabão...

Uh! Lá! Lá!...

Que tal nós dois
Numa banheira de espuma
El cuerpo caliente
Um dolce farniente
Sem culpa nenhuma...

Fazendo massagem
Relaxando a tensão
Em plena vagabundagem
Com toda disposição
Falando muita bobagem
Esfregando com água e sabão...

Lá no Reino de Afrodite
O amor passa dos limites
Quem quiser que se habilite
O que não falta é apetite...

Que tal nós dois
Numa banheira de espuma
El cuerpo caliente
Um dolce farniente
Sem culpa nenhuma...

Fazendo massagem
Relaxando a tensão
Em plena vagabundagem
Com toda disposição
Falando muita bobagem
Esfregando com água e sabão...

Lá no Reino de Afrodite
O amor passa dos limites
Quem quiser que se habilite
O que não falta é apetite
Uh! Lá! Lá! Lá!...

Lá no Reino de Afrodite
O amor passa dos limites
Quem quiser que se habilite
O que não falta é apetite...

Lá no Reino de Afrodite
O amor passa dos limites
Quem quiser que se habilite
O que não falta é apetite
Uh! Lá! Lá! Lá!...(2x)

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Honras à Afrodite


Graças de Afrodite
Com sutileza e prazer, 
Tu percorres o meu corpo e alma,
Adocicando cada pedaço de mim
Com o Teu mel, que é o mais puro,
Pois vem das melissas abençoadas.
Teu toque é o mais suave, 
pois Tuas mãos são feitas de plumas.
Teu olhar é o mais brilhante, 
pois Tua visão é o raio do Sol.
Teu aroma é o mais perfeito, 
pois é Rosa desabrochando no dia
e Jasmim que se abre nas noites.

E as portas do meu coração
Não têm trancas para Ti, 
Pois não há nesse mundo couraças
que resistam às Tuas Divinas Graças!

Ave, Estrela da Manhã
Ave, Dourada da Tarde
Ave, Senhora das apaixonadas noites
Onde vida, desejo e beleza
Se entrelaçam para criar e fazer crescer.
 Autora: Patricia Fox 

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Doce chocolate ...

Há algum tempo atrás tive a oportunidade de assistir a um excelente  filme, chamado Chocolate. O filme conta a história de Vianne Rocher (Juliette Binoche), uma jovem mãe solteira, e sua filha de seis anos (Victorie Thivisol), que resolvem se mudar para uma cidade rural da França. Lá decidem abrir uma loja de chocolates que funciona todos os dias da semana, bem em frente à igreja local, o que atrai a certeza da população de que o negócio não vá durar muito tempo. Porém, aos poucos Vianne consegue persuadir os moradores da cidade em que agora vive a desfrutar seus deliciosos produtos, transformando o ceticismo inicial em uma calorosa recepção.
Um tema interessante do filme e até muito bom de se questionar é o fato da sublimação aos desejos, quer seja de diversão, quer seja de sexo e satisfação pelo doce sabor do chocolate, sendo que Vianne resolve inaugurar sua loja em plena quaresma, época de jejum cristão. O fato dos habitantes da cidade sublimarem seus desejos acerca do chocolate, faz com que estes e até mesmo o prefeito da cidade, em um momento de extravaso, exagere na quantidade de chocolate ingerido, comendo até se esbaldar, ou seja, se rendendo totalmente e até exageradamente aos seus anseios.
O filme também tem como tema as diferentes sensações provocadas pelo chocolate, não somente como um alimento afrodisíaco, mas como um alimento que fornece alegria, autoestima e deleite.
De todos os alimentos relacionados a Afrodite, acredito que o chocolate seja um dos que mais provocam efeitos em relação ao amor e a beleza. Experimente dividir uma bombom ou uma mousse de chocolate com a pessoa amada, e verá como até mesmo os beijos e carícias serão mais satisfatórios, mais calorosos, mais cheios de vida ♥
Quando se sentir triste ou se sentir sem esperança e sem alento, coma um pedacinho de chocolate ou um bombom, e você verá como a alegria que se encontra dormente renascerá em você.
O chocolate também é uma das oferendas favoritas de Afrodite, e em um ritual de agradecimento a Deusa, você pode fazer um bolo ou até mesmo uma mousse ou brigadeiros e oferecer a Deusa.
Em uma noite de paixão intensa com seu (sua) amado (a), experimente cobri-lo (la) de chocolate derretido e depois se amarem lambuzando um ao outro, a noite de vocês será inesquecível.
Enfim, acho que é isso, eu como sendo uma chocólatra assumida, desejo a vocês um excelente ano, com muito amor, muita paz, muito carinho e com muito chocolate é claro.
Beijos e até mais.