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A Beleza que você não vê
Em
nossa sociedade, têm-se a costumeira tradição de nos tornarmos mais belos do
que já somos, o que de certa forma pode ser considerado algo extremamente
positivo, haja visto que procuramos sempre melhorarmos a nós mesmos e as nossas
aparências. Em contrapartida, percebe-se o grande número de pessoas, ansiosas e
desejosas por demonstrações de afeto e apreciação por parte de outrem, levando
muitas vezes em conta, os desejos e objetivos externos, e quase nunca internos.
Estas
pessoas consomem e vendem a beleza, que em muitas vezes sequer existe, como a
“beleza perfecta” das redes sociais e propagandas, o que, em longo prazo,
poderá ocasionar seríssimos danos em suas questões mentais e psicológicas, pois
têm-se constantemente que nada é o bastante, e que atingindo um patamar de
“perfeição”, este logo será trocado por outro, e por outro, em um eterno ciclo.
Nestas ocasiões, é comum notar um distanciamento da nossa verdadeira natureza,
animal, selvática, e o meio ambiente passa a ser um mero fornecedor de matéria
prima, para a confecção de mais e mais produtos.
Em
meio a esta desenfreada loucura, se parássemos e observássemos mais a nossa
Terra, a nossa Grande Mãe, veríamos o quanto ela pode nos ensinar sobre a
verdadeira essência da beleza. Ora, será que a rosa, em sua mais esplendorosa
forma e cor, fica se questionando se ela está bela o suficiente, ou se o odor
dela é melhor ou pior que o de outras flores? O sabiá, com seu magnifico canto,
questiona-se se o seu canto é melhor ou pior que o de outros pássaros?
Ao
nos questionarmos sobre estas reflexões, retornamos a nossa essência mais
selvática e natural, e mantemos assim, o nosso verdadeiro contato com a
natureza. Ao nos reconectarmos com a terra, percebemos que cada beleza é única
e especial em si, e que ao nos compararmos aos outros, nós nos perdemos de nós
mesmos, e projetamos uma beleza irreal, plastificada e frágil.
Se
pudéssemos perceber, que o nosso contato e respeito com a Terra nos leva de
volta a fonte da eterna beleza, bem como da sustentabilidade e correta
utilização dos recursos naturais por parte de todos, estaríamos nesse sentido,
nos conectando com a Terra, encontrando a nós mesmos e a nossa verdadeira
essência, que jamais desapareceu, esteve apenas encoberta por anos e anos de
medo, reprovação e autocrítica.
Que
assim como a mãe Terra, possamos ser belas e belos a nossa maneira, e com isso,
enxergar em outros, esta mesma beleza, sincera, crua, inefável e plena; a
beleza de ser quem se é.
Autor: Esthefany Evaristo de Andrade
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