Deusas associadas a Afrodite - Xochiquetzal

Xochiquetzal significa "flor preciosa". Ela é a deusa das flores, do amor, criadora de toda a humanidade e intermediadora dos deuses. Era considerada ainda, a versão mexicana de Afrodite. Era também uma virgem da Lua, a Deusa Tríplice completa, e possuía um filho-amante muito semelhante a Adônis. Sua morada está localizada em Tamoanchan, depósito das águas universais da vida em que o homem deposita os zoospermas. Lugar paradisíaco, adornado de flores, de fluentes rios azuis e onde cresce a xochitlikakan, a árvore maravilhosa que basta os apaixonados descansem debaixo dela ou toquem seus galhos e suas flores para que vejam eternamente felizes.
Foi mulher do deus Tlaloc, deus da chuva, mas acabou sendo raptada por Tezcatlipoca que a levou aos nove réus. Permanecia um determinado tempo sobre a Terra, mas depois retornava ao seu lugar de origem.
Seu templo estava dentro do templo Maior de Tenochtitlan. Embora pequeno, reluzia entre bordados, dumas, pedras preciosas e adornos de ouro. Xochiquetzal tinha o poder de perdoar. A seu templo iam as mulheres grávidas, depois de tomar um banho lustral, para confessar seus pecados, pedir seu perdão e ajuda.
Em sua homenagem são celebradas grandes festas, nas quais se ofereciam flores, especialmente calêndulas. Ceve vários nomes incluindo Ixquina e Tlaelquani. Vivia no alto da montanha dos nove céus.

MITOLOGIA

Xochiquetzal, a Virgem da Lua, é a deusa dos prazeres do amor e dos pecados, das diversões, das danças, das canções, da arte, da fiação e da tecelagem. Ela é a deusa da união conjugal, bem como a padroeira das prostitutas. É frequentemente comparada com a deusa urobórica dos primórdios. Deusas como ela, representam Deusa Mãe, que simbolizam o crescimento e a fertilidade, uma concepção comum às ideias religiosas da imunidade.
Um lindo conto, que conservou uma grande quantidade de seus traços primordiais, apesar das modificações históricas pelas quais passou mais tarde, nos diz que:
Quetzalcoatl e sua irmã, que os demônios levam até ele, são embriagados. Entretanto, os verdadeiros dessedentes do delito cometido, cuja plena implicação permaneceria, de outro modo, incompreensível, são esclarecidos por uma história segundo a qual os demônios teriam levado até ele uma "prostituta" chamada Xochiquetzal. Essa prostituta é a própria deusa do amor e das meretrizes, idêntica à Grande Mãe, e !uetzalcoatl, seduzido por ela, torna-se Xochipilli, o príncipe das flores, isto é, da sedução exercida pela Deusa Mãe ele regride ao estado de seu filho-amante. Ele é representado sob um aspecto fálico como um deus que se posta entre a noite e o dia, levando como símbolo um báculo com corações nele espetados, semelhante ao juvenil Eros-Amor. Tal como no Egito, o sol matutino juvenil pertence ao céu noturno maternal; e, como príncipe das flores, refere-se à Mãe Terra da mesma forma que os jovens amantes fálicos da mitologia europeia asiática. Xochipilli é, pois, o amante da Madona asteca Xochiquetzal que, por sua vez, também o leva em seus ruços como filho.
Depois de ter cometido o delito, o Quetzalcoatl, entoa o lamento por si mesmo, no qual revela as circunstâncias antecedentes de seu crime:
"Ele compôs um lamento, um canto fúnebre,
Acerca de sua partida e cantou:
Ela me leva comigo, como se fosse seu filho,
Ela, Nossa Mãe, a deusa com seu manto de serpentes. Eu choro."
Aqui vemos claramente, que o Feminino mostrou-se mais forte que o Masculino, como terra de origem. Mãe e também como irmã-amante, responsável pela embriaguez. Na verdade, o Feminino também surgi aqui m sua forma dupla; entretanto, como figura de transformação da irmã ainda não se diferenciou da finura da Mãe elementar, o Feminino torna-se a Mãe Terrível, sinistra e fatídica.

ARQUÉTIPO DA MULHER JOVEM-VIRGEM

Xochiquetzal representa o arquétipo da mulher jovem no auge de sua potência sexual. Ela é a amante divinizada. Deusa extremamente feminina, é a própria personificação da sensualidade. Sua esfera de ação alcança o canto, a dança e a alegria. Ela é também a deusa dos pintores, escultores e bordadeiras. É a deidade da adivinhação e estava relacionada com a água. Xochiquetzal era a deusa primordial que protegia os amores lícitos. Em todo e qualquer tipo de atividade amorosa, esta deusa é protetora.
A identidade da virgem como a mãe urubórica primordial aponta para a figura da Grande Mãe original, considerada como virgem. De acordo com essa identidade arquetípica, Xochiquetzal é a mãe primordial do princípio dos opostos de vida e morte, morte e ressurreição, tais como foram todas as figuras das mães primordiais da humanidade.

ARQUÉTIPO DA MULHER GUERREIRA

Xochiquetzal, como a maioria dos deuses, forma parte de uma dualidade, que compartilha com o deus do unto, Xochipilli, as atividades artísticas e do fogo. É pois, por oposição, por dicotomia, que a deusa se associa om os deuses guerreiros. A unidade desse dualidade é o princípio guerreiro.
Convém acrescentar que a aparência desta deusa é de uma guerreira, carrega escudo, bandeira, flechas e um finto multicolorido na cintura. Xochiquetzal foi a primeira mulher a morrer na guerra. E, morrer na batalha aplica em dizer, que esta Deusa-Mãe foi a primeira mulher a ser sacrificada, já que a guerra foi instaurada elos deuses nos primórdios dos tempos, para que o Sol tivesse, por meio de sacrifícios, a sua comida: o sangue os corações.
As mulheres que morriam durante o parto eram os equivalentes femininos dos guerreiros mortos nos campos de batalha. E entre os mexicanos, não há dúvida, que se celebra a maternidade, uma maternidade articular, exaltada quando havia um desenlace fatal e que vinha a constituir-se um paralelo da proeza masculina guerreira. Se trata de um exemplo típico do conceito da dualidade-unidade tão fundamental para o pensamento náhuatl.

SUAS FESTAS

Nas festas em homenagem a essa deusa, participavam as sacerdotisas e guerreiros. Nestas festividades era sacrificada uma donzela em "nome do amor".
Durante a festividade de Atamalqualiztli para honrar Xochiquetzal se adornava o templo de Huitzilopochtli com ramos e flores, entre os quais apareciam dançando e bebendo seu mel, jovens vestidos de pássaros e mariposas.
Muito importante foi o seu culto!

Fonte: Cantinho dos Deuses

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