quinta-feira, 31 de julho de 2014

Afrodite Escotia

Pelos véus negros de Afrodite Escotia 

Nas ondas infinitas e escuras do mar, na espuma leve e tocada pelo céu, levanta-se escura Escotia, desperta em sua criação sombria, nascida do chamado das profundezas, invocada pela superfície do prazer. Agitadas as águas onde elas nasceu. 
Mãe conhecida por muitos nomes, seu mar te chama, o desejo dos corpos te saúda, as águas rítmicas cantam seu nome... Escotia! do amor nasce o ódio, o mesmo sentimento visto de distancias diferentes, coração que dói, lembrança que eterniza, e ela me vê, pois sou seu poder, sua força e seu medo, por mim Escotia se originou 
E assim o mundo brilhou, as sombras vieram e ela existiu.
Suas ondas tocavam a terra e sentia seu próprio corpo, o prazer era vibrante; sentindo prazer, desejou mais e mais. Assim as ondas se agitavam, a intensidade hipnotizava e em amor ela olhou para o lado e se viu refletida na luz do sol
Em orgasmo ela se amou, pode se ver distante e masculina, desejando o que viu se apaixonou, mas distante e intocável ela o odiou 
Do mar agitando a dor das lagrimas nasceram e dessas lagrimas ela uniu e criou as profundezas do oceanos para nunca mais esquecer quem era, escura Escotia que das lagrimas a negra e vazia profundeza existiu.
Turva e distante ela se foi, o silencio dançava seu êxtase da noite, a dança movia Escotia e o tempo a cortejava. A noite fértil tocou os céus, o mar mais uma vez tocou a terra e ela lembrou da dor de sentir, Escotia... Afrodite Escotia ... Era o som que produzia o mar.
Os gemidos e palavras de prazer perpetuaram o mundo, os sentimentos se tornavam gritos de solidão, ela procurou o primeiro amor e sentiu por suas veias salgadas o amor próprio. Estava completa.
O mar recuava, o som era silenciado, as ondas diminuíam e ela pisava na praia. Por onde ela passava, as marcas de seus pés traziam a morte, a busca pelo amor que se tornava ódio, sua pele branca como as estrelas encantavam toda a vida e ela reinava no inverno.
Com um gesto de poder as águas do oceano se ergueram, em seu grito de dor elas invadiam a terra, avançavam rumo a destruição, ao caos profundo e mais uma vez o silencio da terra acalmava seu coração.
Então ele veio e ela o negou, o renunciou por fúria e os ciclos foram iniciados...
Afrodite Escotia fala: 
Eu sou o medo da noite escura, o temor que afoga, eu sou eu poder de odiar.
Sou a mãe de tudo que é vivo em sentimento e eu te permito odiar, pois verdadeiramente é incompleto quem apenas ama, é mentira quem apenas deseja e não rejeita.
Sou o tempo que nunca chega.
O uivo de dor que cega.
O pranto que destrói.
Mas serei em você uma realidade, serei a mãe dos ciclos, a perfeição que completa, a mão que trás a vingança
Medo e poder podem ser uma coisa só?
Nas noites escuras chame meu nome, nos dias de lagrimas honre minha presença e de suas lagrimas farei um oceano profundo onde poderá olhar e ver seu verdadeiro amor.
Sou Afrodite, sou Escotia, sou a escura que existe em suas sombras.
Eu sou você.

Escrito por Trahen Cerridwen de Afrodite 

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