sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

A Beleza que você não vê

I like her face better with a different headdress:

A Beleza que você não vê
Em nossa sociedade, têm-se a costumeira tradição de nos tornarmos mais belos do que já somos, o que de certa forma pode ser considerado algo extremamente positivo, haja visto que procuramos sempre melhorarmos a nós mesmos e as nossas aparências. Em contrapartida, percebe-se o grande número de pessoas, ansiosas e desejosas por demonstrações de afeto e apreciação por parte de outrem, levando muitas vezes em conta, os desejos e objetivos externos, e quase nunca internos.
Estas pessoas consomem e vendem a beleza, que em muitas vezes sequer existe, como a “beleza perfecta” das redes sociais e propagandas, o que, em longo prazo, poderá ocasionar seríssimos danos em suas questões mentais e psicológicas, pois têm-se constantemente que nada é o bastante, e que atingindo um patamar de “perfeição”, este logo será trocado por outro, e por outro, em um eterno ciclo. Nestas ocasiões, é comum notar um distanciamento da nossa verdadeira natureza, animal, selvática, e o meio ambiente passa a ser um mero fornecedor de matéria prima, para a confecção de mais e mais produtos.
Em meio a esta desenfreada loucura, se parássemos e observássemos mais a nossa Terra, a nossa Grande Mãe, veríamos o quanto ela pode nos ensinar sobre a verdadeira essência da beleza. Ora, será que a rosa, em sua mais esplendorosa forma e cor, fica se questionando se ela está bela o suficiente, ou se o odor dela é melhor ou pior que o de outras flores? O sabiá, com seu magnifico canto, questiona-se se o seu canto é melhor ou pior que o de outros pássaros?
Ao nos questionarmos sobre estas reflexões, retornamos a nossa essência mais selvática e natural, e mantemos assim, o nosso verdadeiro contato com a natureza. Ao nos reconectarmos com a terra, percebemos que cada beleza é única e especial em si, e que ao nos compararmos aos outros, nós nos perdemos de nós mesmos, e projetamos uma beleza irreal, plastificada e frágil.
Se pudéssemos perceber, que o nosso contato e respeito com a Terra nos leva de volta a fonte da eterna beleza, bem como da sustentabilidade e correta utilização dos recursos naturais por parte de todos, estaríamos nesse sentido, nos conectando com a Terra, encontrando a nós mesmos e a nossa verdadeira essência, que jamais desapareceu, esteve apenas encoberta por anos e anos de medo, reprovação e autocrítica.

Que assim como a mãe Terra, possamos ser belas e belos a nossa maneira, e com isso, enxergar em outros, esta mesma beleza, sincera, crua, inefável e plena; a beleza de ser quem se é.

Autor: Esthefany Evaristo de Andrade

Nenhum comentário:

Postar um comentário